Grafomotricidade, tesouras e aprendizagem





O que é grafomotricidade? 

Antes de responder, eu vou contar uma historinha (rsrs). Lá vou eu entregar meu planejamento e minhas atividades para serem xerocopiadas na coordenação da escola - que trabalhava na época -, quando uma das coordenadoras viu as atividades, que eram grandes formas geométricas tracejadas. Ela virou para mim e disse: Rayssa, só pra você ficar sabendo, a secretaria não gosta desse tipo de atividade! 

Eu pensei: gente, o que tem de errado! Pois bem, eu havia feito uma pesquisa antes de decidir usar aquele tipo de atividade e acredito que a intenção foi me alertar para um possível puxão de orelha. A visão, até então, era a de que crianças de 04 e 05 anos não deviam ser forçadas a escrever. E o objetivo da atividade era, de longe essa


Grafomotricidade é o conjunto das funções motoras referente ao desenvolvimento da atividade gráfica, ou seja, é a soma de habilidades básicas para o desenvolvimento da pré-escrita e escrita. 

A verdade é que alguns professores utilizam essas atividades de forma abusiva e outros acabam por descartar totalmente. Muitos alunos desenvolvem o domínio motor rapidamente, mas alguns necessitam de mais estímulos. E tarefas grafomotoras são recursos muito úteis. 

O grande diferencial desse recurso está na execução das atividades. O aluno não precisa sempre fazer da mesma forma, como colar bolinhas de crepom ou fazer dezenas iguais. 

A criança pode se envolver com a atividade dentro de um contexto que vai além da tarefa em si. 

Vou dar um exemplo. Pense numa grande espiral tracejada. O que te lembra? Um aluno poderia dizer: um caracol!!! Desenhe um caracol a partir da espiral e desenvolva uma história em torno dela. Incentive os alunos a fazer o movimento da espiral. Você pode utilizar tanto o tracejado quanto a própria mesa do aluno, como na foto a seguir.

Pincel de quadro branco e massa de modelar


Também pode oferecer materiais diferentes para o aluno escolher como irá executar a atividade (lápis de cor, giz de cera, guache, canetinhas hidrocor, etc.). Outra opção é o recorte com tesouras (o terror dos pais e de alguns professores). 

O movimento de pinça que o uso da tesoura requer é mais complexo que a pinça do cobrir com lápis, possivelmente o aluno nessa faixa etária encontrará alguma dificuldade - mas é importante que ele continue tentando executar o trabalho. E ainda vem com o bônus da transformação porque algo que foi recortado é totalmente diferente do que era antes. 


Não tenha receio de utilizar tesouras sem ponta! Obviamente que a atenção deverá ser redobrada para evitar incidentes, mas o resultado será positivo no final. 



Para saber um pouco mais:

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